Muitas pessoas acreditam que o chinês seja o idioma do futuro, e que chegará o dia em que estudá-lo será mais importante que estudar inglês. Invariavelmente, a defesa desta tese baseia-se em argumentos envolvendo a crescente participação da economia chinesa no mundo como:
- A China ultrapassará os Estados Unidos como maior economia mundial em breve.
- Praticamente todos países do mundo possuem relações comerciais com a China.
- A China já é o principal parceiro comercial do Brasil.
O chinês é o idioma do futuro?
- Quando a China for a primeira economia do mundo, países como, por exemplo, o Brasil e a Rússia passarão a utilizar o chinês nas relações entre si (ao contrário do inglês como acontece atualmente)?
- Os tratados científicos passarão a ser divulgados para o mundo em chinês, ao invés de inglês?
- Bandas de música que desejam conquistar o mercado mundial (austríacas, suecas, alemãs etc) passarão a cantar em chinês ao invés de em inglês, como fazem atualmente?
A verdade é que, atualmente, o inglês é a “língua universal” não apenas pelo domínio dos Estados Unidos na economia mundial, mas também por ser um idioma muito mais fácil e rápido de se aprender – e usar – que o chinês. o idioma possui não apenas uma gramática simples, mas também menos sons na fala e muito menos caracteres na escrita para compor suas palavras.
O Japão – cujo idioma possui grafia e pronúncia muito mais fácil que o chinês – manteve-se durante décadas como a segunda maior potência econômica do mundo, mas nem por isso o Japonês tornou-se um segundo idioma universal.
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A própria China utiliza muito mais o inglês do que o chinês em suas relações com outros países.
Enfim, independente de quem domina a economia mundial, utilizar o inglês como idioma universal é considerado mais lucrativo pelas empresas e governos do que mudar para o chinês.
Por exemplo, se uma empresa italiana e uma empresa polonesa quiserem manter estreitas relações é mais fácil e rápido (e portanto lucrativo) para elas treinarem funcionários para se comunicarem entre si em inglês do que em chinês.
Apesar disso, chinês não é tão difícil
Já li alguém, ao defender a idéia de que chinês não é tão difícil como parece, afirmar que em apenas 2 anos uma pessoa pode tornar-se capaz de ler a maioria dos ideogramas de forma fluente.
“Apenas” 2 anos para ser capaz de reconhecer a linguagem escrita? Não parece algo muito produtivo para uma empresa que deseje investir em comunicação…
Com tudo isto, as chances de o chinês vir a se tornar um idioma universal são mínimas, mas não estou afirmando com isto que ninguém deva estudá-lo – de forma alguma!
Primeiramente, mesmo que a pessoa não consiga avançar até um ponto em que seja capaz de se comunicar neste idioma com empresários chineses, apenas o fato de poder fazer os cumprimentos iniciais no idioma deles para depois continuar a comunicação em inglês já é um ponto positivo psicologicamente para um melhor entrosamento entre as partes, demonstrando interesse e respeito pelos costumes deles.
Apesar de ser professor de inglês, eu próprio estou estudando japonês – não por achar que seja possível algum dia este vir a se tornar o idioma do futuro, mas simplesmente por estar gostando dele e também das animações produzidas naquele país.
Assim, caso você comece a estudar chinês, quem sabe não descubra também uma paixão nisto?
Mas apenas não o faça achando que estará “ganhando terreno” em relação aos que optam pelo curso de inglês, pois quando estes já estiverem resolvendo problemas com clientes chineses utilizando o bom e velho idioma anglo-saxão, você ainda estará tentando entender como encontrar uma palavra em chinês no dicionário.
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